sábado, 18 de abril de 2009

GRUPO NASSAU - JOAO SANTOS - CIMENTO

Aos 101 anos, morre o empresário pernambucano João Santos
Recife, 17 de Abril de 2009 - Um dos empresários nordestinos que fez história na economia nacional, o pernambucano João Santos, presidente do Grupo João Santos, morreu quarta-feira à noite no Recife, aos 101 anos, vitimado por uma parada cardíaca. As fábricas de cimento Nassau são as empresas as mais conhecidas do grupo, que também atua ainda nos setores sucroalcooleiro e de comuni-cações com a Rede Tribuna de Televisão, presente nos Estados de Pernambuco e do Espírito Santo. Ao lado de José Ermírio de Moraes, do Grupo Votorantim, e de Severino Pereira da Silva, do Grupo Paraíso (adquirido em 1996 pela Holcim) , João Santos formou a tríade de pernambucanos que dominou a produção de cimento no Brasil no pós-guerra.
A primeira fábrica do cimento Nassau começou em 1951 com a abertura da Itapessoca Agro Industrial, dando largada à fundação de outras doze fábricas de cimento em onze estados do País.
O grupo, que hoje abriga 24 empresas no Brasil, gera 10 mil empregos diretos distribuídos ainda em investimentos em pecuária, agricultura - plantações de bambu para as fábricas de papel e celulose de Pernambuco e do Maranhão -, e em usinas de açúcar e álcool, além de atuar com táxi aéreo, com a empresa Weston, e a transportadora Itamaracá que faz parte da logística do cimento.
Discretíssimo, o empresário era avesso a entrevistas e, até 2007, ainda ia diariamente ao escritório. Depois de ir perdendo a visão, afastou-se, mas se mantinha atento aos negócios. Nascido no sertão de Pernambuco, perdeu o pai cedo e foi com a mãe e os irmãos para a Bahia, onde, aos oito anos teve seu primeiro emprego como "menino de recados" do empresário Delmiro Gouveia. Estudou economia, casou-se e teve sete filhos. Ao morrer, morava numa casa à beira mar de Boa Viagem, no Recife.
O empresário Ricardo Brennand, amigo de João Santos desde 1933 quando este ligou-se ao seu tio, também chamado Ricardo Brennand, então presidente do sindicato do Açúcar e do Álcool de Pernambuco, lembrou ontem da intensa atividade de Santos na época em que a produção de açúcar era a única atividade do estado pernambucano.
Mas depois de enxergar a indústria cimenteira como promissora, João Santos, segundo o amigo, dedicou-se ao ramo com afinco. "O interesse e a perspicácia de João Santos no cimento era obsessivo e ele fundou de 12 a 15 fábricas de cimento no Norte e no Nordeste", comentou. Sobre a convivência com o empresário que, na juventude tocava saxofone, Ricardo Brennand guardará boas lembranças. "Foi a mais afável e mais deliciosa convivência que se pode ter. João não abria mão do bom convívio, da boa prosa. Era sequioso de uma conversa sobre qualquer assunto que o tirasse da rotina", recordou, ao sair do velório realizado na própria casa de João Santo, enterrado no final do dia, no cemitério de Santo Amaro, no Recife.
Políticos, empresários e amigos que compareceram ao velório e lamentaram a morte de João Santos, destacando a capacidade de Santos de trabalho e de enxergar longe negócios, muitas vezes como um visionário, que teriam grande importância para a economia nacional. O ex-governador de Pernambuco, Joaquim Francisco, ressaltou o respeito e a solidariedade demonstrados por João Santos e seu pioneirismo. "Foi um exemplo de obstinação, respeito à família e da confiança do nordestino de vencer as adversidades", afirmou.(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 1)(Etiene Ramos)

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